Anteriormente, contamos um pouco da história do fabuloso Festival de Cannes, que você pode conferir aqui (Parte 1, Parte 2). E hoje vamos falar um pouco sobre o principal prêmio do evento francês, a prestigiada Palma de Ouro!
Hoje, a Palma de Ouro é considerada um dos prêmios mais prestigiados e desejados da indústria cinematográfica mundial. Além de ser o principal prêmio entregue anualmente no Festival de Cannes, o premiado é selecionado pelo Júri convidado de cada ano.
Antes da Palma de Ouro ser introduzida, o principal prêmio do Festival era o Grand Prix, concedido na forma de um diploma e um troféu assinado por um artista da moda na época. Em 1954, por iniciativa de Robert Favre Le Bret, delegado geral do Festival entre 1952 e 1972, os organizadores contrataram vários joalheiros para elaborar um prêmio que usasse o símbolo do ramo de palmeira como símbolo da vitória.
Esse símbolo foi escolhido em referência às palmeiras da Croisette e aos brasões de armas ancestral, preservada na cidade de Cannes. O design selecionado foi o do joalheiro francês Lucienne Lazon e o novo prêmio logo foi nomeado como Palme d?Or (Palma de Ouro) em 1955. No mesmo ano, o festival premiou o primeiro filme com o novo prêmio, o filme americano Marty (1955), dirigido por Delbert Mann.
A Palma de Ouro continuou sendo entregue todos os anos de 1955 a 1963, porém, em 1964, o conselho de diretores do festival decidiu colocar o prêmio de lado e trouxe de volta o Grand Prix para que o substituísse. O Grand Prix voltou a ser entregue como o principal prêmio do Festival entre 1964 e 1974. Mas, em 1975, a Palma de Ouro foi reintroduzida no festival e, desde então, se manteve como o principal prêmio do Festival de Cannes, sendo entregue sempre ao diretor do filme escolhido como vencedor da edição. Nos anos 80 a Palma de Ouro se tornou o principal logotipo do festival.
A Palma de Ouro pesa 118 gramas de ouro amarelo e mede 13,5 centímetros de comprimento por 9 centímetros de largura. Seu custo é estimado em pouco mais de vinte mil euros. Os outros prêmios oficiais da competição são concedidos na forma de diploma, um papel de pergaminho enrolado em uma fita vermelha.
O prestígio de vencer uma Palma de Ouro inclui atribuições artísticas, financeiras e de mídia, pois se tornou um símbolo de garantia de qualidade para o público francês e internacional. Desse modo, o nome vencedor do ano obtém reputação mundial na comunidade e indústria cinematográfica e, assim, encontra maior facilidade de distribuição mundial. Além disso, seu público é multiplicado de dez a cem vezes do que haveria se não tivesse ganho prêmio. Dado que o Festival de Cannes é um portal para outras premiações, diversas vezes os nomeados e até vencedores da Palma de Ouro são os mesmos nomeados e vencedores da categoria Melhor Filme do Oscar, por exemplo.
O presidente do Júri de 2013, Steven Spielberg, decidiu, pela primeira vez na história do festival, entregar a Palma de Ouro para mais pessoas além do diretor. Spielberg decidiu premiar com a Palma de Ouro daquele ano o diretor Abdellatif Kechiche e as atrizes principais do filme Azul é a Cor Mais Quente (2013), Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos. Dois documentários já foram prestigiados com o prêmio, O Mundo do Silêncio (1956), co-dirigido pelo famoso oceanógrafo francês Jacques-Yves Cousteau e Louis Malle, e Fahrenheit 11 de Setembro (2004), do diretor americano Michael Moore.
Em todos esses anos, Jane Campion foi a única mulher a receber a Palma de Ouro e o prêmio foi dado por sua direção no filme O Piano (1993). Até o momento, apenas oito diretores conseguiram obter a Palma de Ouro duas vezes: Francis Ford Coppola, Bille August, Emir Kusturica, Sh?hei Imamura, Luc e Jean-Pierre Dardenne, Michael Haneke e Ken Loach.
O último vencedor da Palma de Ouro foi o filme Parasita (2019), dirigido pelo cineasta sul-coreano Bong Joon-ho, e escolhido de forma unânime.