Asghar Farhadi, O Iraniano Duas Vezes Vencedor do Oscar | Rosebud

Asghar Farhadi, O Iraniano Duas Vezes Vencedor do Oscar

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- 10/08/2020 09:43:17


Asghar Farhadi (Persa: ???? ??????) nasceu no dia 7 de maio de 1972, na província de Isfahan, no Irã. Desde criança, Farhadi sempre se interessou por cinema. Em 1986, quando tinha apenas 14 anos, ingressou na Sociedade de Cinema Juvenil Iraniana de Esfahan, onde fez curtas-metragens de 8 e 16 mm. Farhadi frequentou a Universidade de Teerã, no Irã, onde se formou em Teatro em 1998. Em seguida, obteve o título de Mestre em Direção de Palco pela Universidade Tarbiat Modares em Teerã. Enquanto estudava, Farhadi fez seis curtas e duas séries de TV para a National Broadcasting Corporation (IRIB), incluindo uma produção aclamada pela crítica chamada "A Tale of a City".
Em 2001, Farhadi co-escreveu o roteiro da sátira política Ertefae Past (2002). No ano seguinte, dirigiu seu primeiro longa-metragem, Dancing in the Dust (2003), sobre um jovem que foge para o deserto depois de ser forçado a se divorciar de sua esposa por rumores de que sua mãe é prostituta. Farhardi também escreveu o roteiro, como fez na maioria de seus filmes. Em seguida, dirigiu Beautiful City (2004), que explora o conceito de justiça através da história de um prisioneiro de 18 anos que aguarda execução pelo assassinato de sua namorada enquanto sua irmã trabalha para salvar sua vida na tentativa de persuadir o pai da garota assassinada a dar seu consentimento por clemência. 

No filme Fireworks Wednesday (2006), por sua vez, analisa o casamento tenso de um casal de classe média de Teerã durante o ?Chah?rshanbe S?r??, a festa que antecede Nowr?z, festival persa do Ano Novo. Três anos depois, Farhadi dirigiu À Procura de Elly (2009), onde conflitos e revelações emocionais surgem quando um jovem professor desaparece enquanto passa férias com um grupo de amigos em uma cabana à beira-mar. Pelo filme, Farhadi ganhou o Urso de Prata do Festival de Berlim de 2009 como Melhor Diretor.

Em Setembro de 2010, as autoridades culturais iranianas proibiram Farhadi de fazer filmes, depois de um discurso em que fez comentários em apoio à Jafar Panahi e Mohsen Makhmalbaf, dois cineastas e fortes críticos do governo iraniano. Um mês depois, as autoridades anunciaram que Farhadi havia se desculpado e permitiram que ele concluísse o trabalho no filme A Separação (2011). O filme conta a história de um casal iraniano de classe média à beira do divórcio cujas vidas se enredam, em uma série de eventos trágicos, com as vidas de uma família religiosa da classe trabalhadora. A filha de Farhadi interpreta a filha do casal na história. 

Os críticos elogiaram a estrutura narrativa sofisticada do filme e as representações empáticas de personagens com diferentes origens que enfrentam complexos dilemas morais. O filme ganhou o prêmio do Urso de Ouro de Berlim como Melhor Filme do festival e venceu a categoria de Melhor Filme Estrangeiro na premiação do Oscar, sendo o primeiro filme iraniano a ganhar uma categoria na premiação da Academia do Oscar. 

Farhadi continuou a explorar turbulências domésticas no filme O Passado (2013), que se concentra em um iraniano que viaja de Teerã à Paris para finalizar seu divórcio para que sua esposa francesa afastada possa se casar novamente. Já no filme O Apartamento (2016), o diretor explora a vida de um casal cujo relacionamento se torna tenso depois que a esposa é agredida. Com o filme, Farhadi ganhou seu segundo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, porém, não compareceu à premiação em forma de protesto por conta do decreto feito pelo Presidente Donald Trump em que iranianos foram proibidos de viajar para os Estados Unidos.

Em seu filme mais recente, Farhadi escreveu e dirigiu o filme em espanhol Todos Já Sabem (2018), estrelado por Penélope Cruz e Javier Bardem, como os personagens Laura e Paco, ex-amantes que se aproximam quando a filha de Laura é sequestrada. O filme competiu pela Palma de Ouro no Festival de Cannes. Farhadi já está se preparando para seu próximo filme iraniano A Hero, com previsão de lançamento para 2021. O enredo é desconhecido, porém foi divulgado que será um drama com suspense e que o cineasta pretende trabalhar com conhecidos atores iranianos com quem ainda não trabalhou.

Asghar Farhadi é um dos diretores mais prestigiados e populares da história do cinema iraniano, seus filmes levam milhões de iranianos aos cinemas e encontram grande sucesso internacional com o público, crítica e em premiações de cinema. Em um país onde a censura é forte, Farhadi tenta trabalhar dentro das regras do governo, porém, com comentários sutis sobre a sociedade iraniana, como suas contradições no dia a dia com o uso de códigos de conduta, religião e liberdade, ou falta dela, no país. Seus roteiros mostram diferenças de classe em um Irã moderno e que recebe influências do ocidente.

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